O acaso da lesão sofrida pelo goleiro corrigiu o que era talvez a maior incoerência desta seleção olímpica: um dos jogadores acima de 23 anos que nunca jogou pela seleção principal.
Neymar era figura certa entre os três não olímpicos; era de se esperar que uma das vagas restantes fosse destinada a um goleiro, até para que se evitasse o erro de 2012, quando Rafael Cabral sofreu uma lesão - também no cotovelo direito - e não havia um goleiro experiente no grupo para assumir a posição.
Mas se era de se esperar um goleiro não olímpico entre os selecionados, onde fica a incoerência?
Ora, Prass tem trinta e oito anos e nunca foi convocado para a seleção. Não se nega que passava por uma boa fase no Palmeiras, boa parte fruto da capitalização em cima do pênalti convertido na final da Copa do Brasil.

A idolatria da torcida palmeirense é perfeitamente compreensível, e até justa. O que é incompreensível é transformar um goleiro que nunca fez parte da seleção principal em titular da seleção olímpica.
Ao ser definido que uma das três vagas seria destinada a um goleiro, a lógica apontava para Alisson, até então titular da seleção principal com Dunga. Ainda que não fosse Alisson o escolhido, faria muito mais sentido que assumisse a meta da seleção olímpica Diego Alves, que vinha fazendo parte do grupo. Sequer menciono Marcelo Grohe por conta de sua lesão.
É claro que há uma ponta de comoção pela perda da chance de um atleta de 38 anos fazer a estreia jogando pelo seu país, mas a não ser que Tite pretendesse efetivar Prass como titular da seleção principal, sua lesão corrigiu uma escalação no mínimo inexplicável.
UPDATE: a convocação de Weverton, do Atlético-PR, merece de minha parte ainda mais ressalvas, pois além de nunca ter sido sequer cogitado para a seleção, não carrega a mesma experiência que tem Prass.
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